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Como fazer uma boa palestra: construa sua narrativa em 4 passos

Como fazer uma boa palestra: construa sua narrativa em 4 passos

Você recebeu um convite para compartilhar a sua trajetória de vida, um tema em que é especialista ou precisa falar num evento organizado pela sua empresa? Seja qual for o tamanho do evento, da audiência ou a importância da fala, sabemos que é um desafiador elaborar uma apresentação para uma palestra que seja autêntica e conecte as pessoas. Por isso, compartilho 4 passos simples para você organizar as ideias e começar a usar Storytelling na prática.

Comece por perguntas

Muito antes de pensar em slides, pense nas mensagens que você quer comunicar e na intenção da sua comunicação. Esse mapeamento parte de dois pontos de vista: do autor da palestra (leia-se você) e do público com quem você quer se comunicar.

Por isso, comece a se perguntar algumas coisas sobre você, seu negócio e sua visão do mercado, como por exemplo:

Motivações: O que te move a trabalhar com esse projeto?
Desafios: Quais os próprios desafios que você já superou e que ainda precisa superar com o teu projeto?

Agora, faça essas mesmas perguntas pelo ponto de vista do público:

Motivações: O que moveria o teu público a se conectar ao teu projeto?
Desafios: Que desafios do público o teu projeto ajuda a superar?

E, por último, visualize o estado em que esse projeto pode levar você e seu público juntos e se pergunte: Ao chegar lá, que impactos isso pode trazer para o mundo?

Desses insights, que podem ser feitos usando o guia Mapa da Narrativa, é possível extrair a mensagem principal que irá nortear a construção da sua narrativa.

Encadeie as mensagens em uma linha narrativa

Como ponto de partida, pense que a história precisa de um protagonista. Pode ser você contando uma experiência pessoal que faz toda a relação com os conceitos do teu projeto, pode ser um caso de um cliente seu que tenha a ver com a realidade do público, pode ser o mundo e suas grandes questões. Aqui vale também pensar em analogias que ajudem a ilustrar o tema.

Independente da perspectiva e de dar um nome a esse protagonista, o importante é contar a história de alguém que enfrenta uma jornada e que te leva a criar um elemento essencial de uma boa história: a empatia, um dos princípios de uma boa narrativa. A conexão com o protagonista só acontecerá se ele for alguém com quem o público se identifique.

Início: As motivações que você mapeou no processo anterior são as motivações que norteiam o caminho desse protagonista. Ele é uma pessoa com visão de onde quer chegar. Só que ele se deparou com algo que o impediu de chegar até lá. Os desafios que você mapeou construirão o conflito, as barreiras que o protagonista irá enfrentar nessa história e que você deve apresentar logo no início. Crie tensão nesse momento.

Meio: Durante a história, cada desafio enfrentado representa uma virada, que levará o protagonista a aprendizados, a novos desafios e aos impactos que você mapeou no processo anterior e que vai apresentar já chegando ao final da história.

Fim: Portanto, sua história se encerra demonstrando o quanto seu protagonista se transformou com essa jornada, chegando a um lugar ainda melhor do que ele imaginava no início.

Não é assim que seu público deveria se sentir? Positivamente surpreendido com aquilo que você contou para ele?

Por fim, encerre a palestra com chave de ouro deixando algo para o público pensar: uma frase de impacto, reflexão ou provocação, caem muito bem! O importante é que essa frase seja inspirada pela mensagem principal mapeada no passo anterior e que possa ser transformada em algum chamado ação, uma dica acionável, um primeiro passo que você pode deixar como um desafio para o público.

Antes de partir para montar o suporte visual, teste essa narrativa com colegas seus, alguém que poderia ser o teu publico, para sentir se conseguiu gerar empatia, trazer conflito, viradas e transformação. Faça a apresentação e um modo “pitch” curto, sem slides, só discurso.

Recheie com evidências relevantes

Fazer os passos anteriores com o mapeamento das mensagens usando o Mapa da Narrativa e a estrutura da linha narrativa te traz dois grandes benefícios:

1) Conexão com a essência do que você precisa comunicar, com aquilo que te faz diferente e o que justificou o convite para que você viesse palestrar no evento;

2) Critério para selecionar o que é relevante ser comunicado entre as ideias, pesquisas e dados que você gostaria de trazer para a palestra

Agora, seu papel é rechear a narrativa com essas evidências, priorizando aquilo que ajuda de fato a entregar a mensagem que você quer comunicar e deixando de lado aquilo que fica redundante, genérico ou muito batido.

Certifique-se que o que vai trazer não é algo já sabido pela maior parte do público. A dica do fundador da Moz, especialista em SEO e um dos palestrantes de tecnologia mais requisitados dos EUA, Rand Fishkin, é que você explore alguns perfis de Linkedin de pessoas que trabalhem dentro de sua área de expertise, buscando por cargo e função. Por exemplo: Analista de Mídia Social, Empreendedor Social, Mentor de Negócios Sociais, etc. Veja o que essas pessoas estão curtindo, compartilhando, postando.

Seja ousado, traga insights mais poderosos que, mesmo não sendo inteiramente compreendidos, vão instigar as pessoas. Geralmente, palestras assim são mais bem avaliadas.

Planeje interações inusitadas

Já nos sentamos em auditórios onde o palestrante disse “levante a mão quem já…”. Quando essas interações não funcionam, é possível até ouvir o toque do grilo e a sensação de estranheza.

Rand Fishkin conta que tem usado outras formas de interação que funcionam bem como, por exemplo: pedir às pessoas que façam uma busca em seus celulares ou notebooks para mostrar casos de autossugestão ou ranqueamento do Google, pedir às pessoas para fechar os olhos e imaginar um cenário ou responder a perguntas bem objetivas e direcionadas, sendo que no slide seguinte eu mostro o que eu imaginaria ou responderia, o que geralmente bate com o que boa parte do público dá como retorno.

Usar formas menos ortodoxas de interação criam maior engajamento do palestrante com o público, especialmente se o palestrante exigir menos do público, ou seja, reflexões simples e diretas, e entregar mais ao final dessa interação, como as dicas acionáveis que falamos acima.

E aí, preparado? Confira o CHECKLIST DA NARRATIVA e comece agora a construir a sua narrativa.

  1. A narrativa foi testada em modo “pitch” curto?
  2. Criou empatia, trouxe conflito, viradas e uma transformação?
  3. Há uma mensagem principal clara?
  4. Insights trazidos são contundentes e novos para a maioria?
  5. Há dicas acionáveis?
  6. Estão previstas interações inusitadas?

Compartilhe com a gente o que achou do passo a passo. Se você gostou do nosso conteúdo, espalhe para a sua rede.

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