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Mentir é ruim, omitir pode ser pior: detalhes que fazem a diferença ao contar uma história

Mentir é ruim, omitir pode ser pior: detalhes que fazem a diferença ao contar uma história

Vamos olhar para duas situações de comunicação bem comuns?

Uma marca que, para valorizar seu produto, inventa uma história sobre sua origem e o que a faz especial. Tivemos e ainda temos muitos casos como esses, como o do sorvete Diletto, em que os fundadores inventaram a história de um avô sorveteiro e sua receita mágica e a exploravam com um fato histórico como forma de justificar o alto preço dos sorvetes.

Um empreendedor que compartilha sua história em palestras e livros falando sobre como saiu de uma ideia genial para um negócio de sucesso e agora que inspirar os outros. Basta uma rápida pesquisa na internet para encontrar exemplos como esse, sendo um emblemático o da empreendedora Bel Pesce, que teve sua biografia questionada com evidências de que supervalorizou seu currículo.

O caso da Diletto foi parar no Conar e os fundadores acabaram mudando o conceito visual e o personagem da marca. Já Bel Pesce se desculpou aos seguidores pela margem à interpretação que seu posicionamento trouxe e fez esclarecimentos.

Entre esses dois exemplos, qual situação é pior?

Mentir de forma deliberada como fez a Diletto é péssimo. Mas antes de julgar quem o faz, precisamos olhar para nossas histórias e entender se não estamos caindo no vício de omitir, como fez a Bel, que é tão ruim quanto mentir ou pode ser até pior.

Kaka Werá, em uma linda história infantil, diz: “A verdade é um diamante de muitos lados. Mas é inteira e poderosa.” Encontrar a verdade em uma narrativa, portanto, envolve olhar para todos esses lados: os lados claros e os lados escuros.

Esse é grande o problema com a omissão na comunicação. Na nossa tentação de parecer ser o melhor, ter aquele diferencial, oferecer aquela solução única, só queremos revelar o lado claro e esconder o escuro. Um vício no qual muito empreendedor e muita empresa com a melhor das intenções, caem.

Por isso, é mais fácil encontrar no Google ou em tantas timelines de redes sociais o “o quanto eu sou feliz, o quanto quem trabalha na minha empresa é feliz, o quanto só tenho cliente satisfeito e case de sucesso”. Mas quem vive uma verdadeira jornada empreendedora sabe que ela é feita de altos e baixos, de desafios enfrentados, dos momentos em que você acha que você não vai conseguir, que tem uma correnteza te empurrando para um lado quando você quer mesmo ir para o outro.

Para alcançar a verdade em uma narrativa, é preciso ir a fundo no sentido do que você quer comunicar.

Ao planejar a comunicação, faça um mapeamento que pode te levar a explorar diversas vivências relacionadas à sua vida sejam motivações, desafios ou os meios encontrados para lidar com os imprevistos. Encontre, aqui, as vulnerabilidades, que podem ser grandes forças com poder de gerar mais empatia e conexão com seu público.

Isso não significa que você irá detalhar sua narrativa e se alongar nela em sua comunicação. Ao fazer esse processo, você vai entrar em contato com a sua essência e, a partir dela, pode produzir mensagens sintéticas e com fortes significados, que dizem muita coisa com poucas palavras, como na nova campanha #weaccept do Airbnb.

Ou em uma história do empreendedor Jorge Henrique, que em 10 minutos conectou o público do TedXFloripa à uma vivência pessoal e ao seu propósito profissional: usar Big Data para o bem social.

Autenticidade é poder e nossas vulnerabilidades são parte fundamental de nossa autenticidade. Não é necessário sofrer tanto nesse processo, pois é possível explorá-las de uma forma bem assertiva, como fez o empreendedor Jorge Henrique, utilizando o método O Mapa da Narrativa ou tendo a ajuda de um mentor de narrativas para encontrar suas mensagens essenciais.

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