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3 votos por mais consciência no uso do Storytelling

Uma das premissas básicas do Storytelling é o sua capacidade de gerar conexão entre os seres humanos. Desde os primórdios da humanidade, contar histórias tem sido uma prática central das tradições e culturas de povos antigos, que utilizavam narrativas para explicar fenômenos naturais, transmitir conhecimento aos mais jovens e criar vínculos.

De lá para cá tanta coisa mudou. Hoje, as histórias são menos compartilhadas ao redor de uma fogueira e mais em frente a telas. Mas se antes uma história era contada para um grupo de 10 ou 15 pessoas, hoje é capaz de atravessar o mundo e impactar milhões de pessoas ao mesmo tempo.

Mas tem uma coisa que permanece igual: o poder transformador das narrativas.

Por isso, aproveitando a temática das eleições e a escolha do voto, proponho a reflexão sobre o uso consciente do storytelling – não só nas eleições mas em todos as áreas da vida –  e sobre alguns desejos, que vou chamar de votos,    para que as pessoas levem quando pensarem em construir uma história.

Primeiro voto: pela nossa saída das bolhas!

Você já se deu conta de quantas bolhas está inserido? No filme “O Dilema das Redes” esse é um assunto que vem à tona de maneira bastante marcante, pois ele mostra como somos muitas vezes influenciados pelos algoritmos dentro das redes sociais. Essa influência não impacta somente nossas decisões de compra, vai muito mais além e molda comportamentos, gostos e ideias.

Refletir sobre essas bolhas em que somos alimentados (não por acaso pelos “feeds”) só do que os algoritmos acham que queremos nos alimentar e observar como reproduzimos isso em nossos discursos é o primeiro passo nesta reflexão. 

Por isso, temos que pensar em como levar nossas narrativas para fora das bolhas, para que não sejam contadas de forma automática, sem uma busca verdadeira por diálogo e conexão.

Será que se formos capazes de nos abrir para novos mundos, conversar com pessoas que pensam diferente  e fazer um movimento no sentido de promover diálogos mais empáticos e reais, não poderemos ‘driblar’ os algoritmos  e construir narrativas mais conscientes? 

Seja como consumidores ou produtores de conteúdo, talvez possamos ampliar nossa visão e começar a construir histórias que ressoem nos nossos leitores, ouvintes e pessoas com as quais interagimos diariamente através das redes.

Este é o meu segundo voto: menos conversão, mais conversona.

Tem um exemplo que gosto muito de citar quando penso nesse caminho de construção de um storytelling mais consciente, que é um vídeo que produzimos em parceria com a Aperam, uma gigante produtora mundial de aços inoxidáveis.

A ideia inicial era produzir um vídeo institucional padrão, falando sobre a empresa, números e todo este universo que envolve o setor. Mas depois de dezenas de entrevistas com colaboradores da empresa, chegamos à essência da narrativa – essência de todas as narrativas na verdade – que são as pessoas!

Decidimos, então, criar uma websérie documental, fugindo completamente do padrão e oferecendo essa possibilidade de conexão real entre as pessoas. Ao ouvir histórias de pessoas reais que estavam por trás da empresa, o público pôde enxergar de uma outra forma, ir além do aço e gerar empatia por aquela narrativa.

Quando falamos de histórias reais, com pessoas reais, estamos voltando ao cerne do Storytelling autêntico. 

Para chegar lá. precisamos também de “Story Listening”. Ouvir primeiro, entender o ambiente, os desafios e os potenciais daquela história. Acreditamos que toda história precisa ser contada, seja no âmbito das organizações, da política ou a história da sua vida. 

Isso se conecta ao terceiro e último voto: por mais emoção nas narrativas!


Uma boa história precisa de um contexto, uma sequência de acontecimentos e, claro, de emoção. Afinal, por trás do que é dito existe o sentimento que aquilo desperta e é a esse sentimento que costumamos nos conectar. Quando assistimos, lemos ou ouvimos uma história a primeira coisa que vem à tona é “
me senti deste ou daquele jeito. Essa história despertou algo em mim, me trouxe lembranças.”

Quando a HostGator precisava de uma narrativa para falar de seus 10 anos de história, novamente fomos atrás da construção consciente do Storytelling e propusemos uma construção conjunta entre colaboradores e clientes, entendendo o que eles tinham em comum, quais eram os sentimentos que compartilhavam. Isso deu origem a uma narrativa focada nas emoções humanas.

Seja na hora de escolher a narrativa eleitoral que você vai votar, ou de construir a narrativa para algum candidato, seja para construir o storytelling da sua empresa ou a sua própria narrativa pessoal, acreditamos que sair das bolhas, se abrir para conversas reais, ampliar a visão de mundo e se conectar às emoções humanas por trás das histórias, são os caminhos na construção histórias mais conscientes, engajadoras e transformadoras.

São essas as bandeiras da Narrative! Assine a nossa lista de conteúdos pelo WhatsApp para nos acompanhar nesse movimento que vai muito além das eleições.

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