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Qual o caminho para contar uma história autêntica?

Desde que comecei a mergulhar no universo das narrativas, muita gente me procura com a seguinte questão:

Olavo, quero construir uma comunicação mais autêntica (para o meu negócio, para melhorar minha imagem profissional ou pessoal) mas não sei por onde começar.”

Para entender qual o ponto de partida de uma narrativa mais autêntica, vou compartilhar primeiro o meu ponto de vista sobre o que é autenticidade.

Partindo da definição clássica, temos que autenticidade é igual a “legitimidade, propriedade daquilo a que se pode atribuir fé”. Ou seja, tudo aquilo em que acreditamos é autêntico.

Mas será que só o fato de alguém acreditar em mim torna a minha comunicação autêntica? Se for assim, toda mentira bem contada e convincente poderia ser considerada autêntica.

Algumas pessoas me dizem que, para elas, ser autêntico é ser sincero.

Mas às vezes, nossa sinceridade pode acabar agredindo o outro e gerando desentendimentos, de forma que aquilo que tentamos comunicar não é bem recebido nem gera o impacto que a gente gostaria. Logo, só a sinceridade também não é o bastante para a construção de uma narrativa autêntica.

Outras pessoas dizem que tudo aquilo que é embasado em dados, informações e evidências concretas, pode ser considerado autêntico.

Neste caso também vale a reflexão: alguém pode me mostrar um dado científico, por exemplo, mas aquela informação não ressoar em mim, porque eu não sei qual a intenção da pessoa ao me mostrar aquilo. Neste caso, também não conseguimos criar uma comunicação autêntica, já que a mensagem não gerou o impacto que o interlocutor gostaria.

Partindo dessa reflexão, acredito que o caminho de uma comunicação autêntica, como uma história, tem um começo, um meio e um fim.

Um começo: a intenção

Qual é a minha intenção ao me comunicar? Compartilhar algo, gerar uma reflexão, provocar uma conversa, conectar? Antes de saber o que eu vou comunicar, eu preciso ter muita clareza do porquê eu quero comunicar aquilo.

Sem uma intenção clara, os riscos da minha mensagem não ser entendida ou nem chegar até quem eu gostaria que a recebesse são enormes. Muitos mal entendidos poderiam ser evitados se a gente pensasse sobre a intenção daquilo que queremos comunicar.

Por exemplo, a minha intenção com este artigo é provocar uma reflexão em você, apresentando o universo de uma comunicação autêntica e te propondo questões para pensar ao longo do texto (inclusive, ao final do artigo você pode deixar um feedback e me dizer se a minha intenção foi clara e se gerou essa reflexão!).

Um meio: a fundamentação

De onde vem isso que estou falando? É fruto de uma experiência minha, de um aprendizado, percepção ou foi construído apenas com base em referências externas?

É claro que a gente não precisa falar exclusivamente só daquilo que vivemos. Podemos compartilhar também percepções, opiniões e reflexões internas a respeito do mundo. A questão aqui é sobre construir uma narrativa que não passou por um processo de reflexão antes de ser comunicada.

E isso se conecta diretamente com o a intenção, que quando bem clara, me permite fundamentar melhor a minha fala, gerando assim uma comunicação mais autêntica com quem me ouve ou lê.

Um fim: o impacto

Quando vamos comunicar algo é sempre bom pensar qual a reação que aquilo vai gerar. Será que eu preciso mesmo falar? A minha fala é necessária? Vai gerar algo de bom para alguém ou para o mundo?

Esse caminho da comunicação autêntica é muito inspirado nas perguntas das 3 Peneiras de Sócrates, do qual falo nesse artigo e exploro um pouco mais nesse vídeo.

Aqui vale lembrar também que quando falamos de comunicação não estamos falando só de falar. O silêncio também é uma forma de comunicação e, dependendo do momento, pode ser mais autêntico que a fala.

É através do silêncio que abrimos espaço para a escuta. E sem uma escuta empática, atenta e verdadeira, é impossível construir um caminho de comunicação autêntica!

Para terminar, gostaria de propor um pequeno exercício.

Lembre da última conversa que você teve, do último post que escreveu em alguma rede social, ou de algum momento recente onde você se comunicou com alguém (dentro de uma empresa, na família, na internet, etc).

Como foi a comunicação? Você consegue identificar algum dos elementos da comunicação autêntica? Quais você acha que faltaram e poderiam ser incluídos?

Faça o exercício como um observador externo, sem se envolver emocionalmente com o conteúdo da comunicação. Imagine que você é uma pessoa olhando de fora e percebendo os elementos que constituíram a comunicação.

Acredito que esse caminho para uma narrativa autêntica está em constante transformação na medida que o percorremos. Por isso, se você também observou outros elementos que acha que são fundamentais para a construção deste caminho, compartilha aqui comigo!

Já o Mapa para uma narrativa autêntica continua o mesmo. 😉

E seguimos essa conversa!

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